domingo, 12 de agosto de 2007

II - Cogitações

Há tantos lugares que nunca conheci, tanto que imaginei estar e alcançar e nunca consegui concretizar tantos sonhos que guardo dentro de mim. Mas um dia sonho espero alcançá-los. Sempre tive tudo na vida, um emprego bastante razoável, um óptimo carro na garagem, uma casa no centro da cidade; contudo sempre me faltou o mais importante, a paz de espírito! Sinto que vivi uma verdadeira vida falhada, uma vida que não a minha. Talvez seja o resultado de trilhar caminhos sempre planeados e idealizados!

Havia uma telepatia no olhar, um contentamento disfarçado na expressão tranquila e sincera de um simples mortal à procura de respostas nunca vindouras. Era a força do segundo, sempre eterno e moroso, no entanto, desejado como perene e ligeiro. Por vezes, algo acontece de uma forma tão intensa, que nos perguntamos se alguma vez estivemos preparados para tal, talvez não, nunca se sabe até que ponto pode a força humana resistir, até quão longe pode ir a espectacular forma de sermos audazes, de desejar e arriscar. Eu sou mais um daqueles que tudo quer, mas que pouco faz para atingir os seus objectivos. Sempre me habituei a conseguir tudo com muito pouco esforço, quando algum obstáculo se interpunha no meu caminho, amaldiçoava sempre a minha sorte, julgando ser eu o mais injustiçado do mundo. É engraçado esse desejo de posse da infelicidade, todos querem ser os mais sofredores, os mártires do mundo. Todos querem a pena e a atenção do outro; todavia, sem serem julgados como coitados e miseráveis. Todos querem tudo, todos fazem nada. E eu sou igual, por que haveria de ser diferente? Não é isso que nos exigem diariamente? Um estereótipo de sociedade, sermos todos contemplados com valores iguais, que se forem quebrados terão como consequência um julgamento implacável perante aqueles que nem competência têm para reger as suas vidas medíocres?

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

I - Aparências

E a partir daí, nada foi como dantes. Talvez por ser demasiado exigente consigo mesmo, sentia-se sem forças para continuar algo a que, segundo ele, nunca esteve apto a concretizar. A falta de confiança é apanágio dos mais capazes e o facto de não acreditarem em si não os faz menos idóneos. Chega-se ao fim de tudo e apercebemo-nos que essa falta de acreditação apenas nos ofereceu barreiras e dificuldades para superar os obstáculos. Ela era como uma estátua perfeita, uma peça criada na sua máxima perfeição, que nem o mais atento conseguia descobrir algum defeito. Era completamente idílica, na verdadeira acepção da palavra! Mas à medida que ele se tornava mais próximo dela, à medida que se envolvia na sua rede imaginária, foi-se apercebendo que afinal essa magia escondia certas incompatibilidades. Ele, que já tinha contactado com tanta gente, que já se tinha envolvido com tantas mulheres, sentia que aquela a quem verdadeiramente se entregou não era, por certo, aquela que lhe podia oferecer tudo aquilo que mais ambicionara. É irónico, talvez fosse o troco por tudo aquilo que tivesse feito no passado, talvez fosse acaso do destino, ou então fosse imaginação pura de uma mente cansada e pouco original. Ele era o Afonso, ela a Lara e este um verdadeiro monólogo!



(não percam a continuação...)

Início

O início de um novo blog...
Será que é desta que é para continuar? I hope so!
espero que haja alguém para ler as historias que aqui vão sendo postadas!

bejijos e abraços