quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Devaneio

Apenas imprecisas impressões de um tempo gasto pela usura.
Tivemos o mundo, fomos o mundo!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sorriso

Estava sentada na praia, sentindo levemente o cheiro da maresia. Fechou os olhos, queria pensar numa vida pontuada com momentos marcantes e intensos. De repente, uma lágrima pesada e fugaz escorreu-lhe pela cara. Era a explosão daquelas infinitas que povoam todo o seu ser!
Paulatinamente, invadiram-lhe a mente os últimos dias. Os problemas com o marido, a discussão com a mãe, o despedimento, o acidente do filho... e que mais lhe restava naquele momento? A solidão, um refúgio sempre oportuno e fácil. Respira bem fundo, uma lufada violenta de ar preenche-lhe a alma. Sente-se cheia agora! Era como um carregar de bateria, gostava de se sentir pura, renovada com a Natureza envolvente. Despe-se! Primeiro com passos lentos e pesados, gradualmente céleres e graciosos, lança-se no mar. Passaram-lhe longos minutos e, por fim, regressa à areia quente por aquele sol outonal. As folhas, finalmente amarelas, esvoaçavam pelo ar, numa levitação mágica e quase irreal. O mundo é tão perfeito, cheio de pormenores interessantes. Era mote para ela recomeçar. Encontrar um sentido convincente e realmente preponderante. Volta as costas ao mar e parte, não sabia bem para onde, mas sabia que para um lugar melhor. Abana levemente a cabeça e sorri, era de facto uma dádiva viver!