sábado, 28 de novembro de 2009

Desistir

Eu juro, não voltarei a fazer isso. E eu não posso mais acreditar, mesmo que me digas que é verdade. Simplesmente desisti. Mesmo que me digas que vale a pena tentar, quererei sempre desistir. Não é mais fácil? Talvez. E mais frustrante? De certeza. Mas quando chegas com esse olhar, com o cabelo a esvoaçar num simples dia outonal, lembro-me que talvez pudesse tentar de novo.

Mas eu não quero voltar a falar disso novamente, ou talvez fazer um gesto que possa mudar este jeito tácito e lacónico que possuo. O refúgio do silêncio acobarda o pensamento mais audaz, aniquila qualquer anseio mais ousado, mata o assassino, mesmo antes de ele puxar o gatilho.

E as frases não passam de clichés, as palavras não se descolam, quebramos, regredimos, voltamos a crescer e caímos. Somos como marionetas. E eu não voltarei a falar mais sobre isso, nem quero soltar mais nenhuma palavra.

E quando passar por lá, sorrio, numa simpatia forçada, nessa mesma mentira montada, e desisto novamente.