sexta-feira, 10 de agosto de 2007

I - Aparências

E a partir daí, nada foi como dantes. Talvez por ser demasiado exigente consigo mesmo, sentia-se sem forças para continuar algo a que, segundo ele, nunca esteve apto a concretizar. A falta de confiança é apanágio dos mais capazes e o facto de não acreditarem em si não os faz menos idóneos. Chega-se ao fim de tudo e apercebemo-nos que essa falta de acreditação apenas nos ofereceu barreiras e dificuldades para superar os obstáculos. Ela era como uma estátua perfeita, uma peça criada na sua máxima perfeição, que nem o mais atento conseguia descobrir algum defeito. Era completamente idílica, na verdadeira acepção da palavra! Mas à medida que ele se tornava mais próximo dela, à medida que se envolvia na sua rede imaginária, foi-se apercebendo que afinal essa magia escondia certas incompatibilidades. Ele, que já tinha contactado com tanta gente, que já se tinha envolvido com tantas mulheres, sentia que aquela a quem verdadeiramente se entregou não era, por certo, aquela que lhe podia oferecer tudo aquilo que mais ambicionara. É irónico, talvez fosse o troco por tudo aquilo que tivesse feito no passado, talvez fosse acaso do destino, ou então fosse imaginação pura de uma mente cansada e pouco original. Ele era o Afonso, ela a Lara e este um verdadeiro monólogo!



(não percam a continuação...)

2 comentários:

GMSMC disse...

Estás no bom caminho. Força com isso.

Persefone disse...

Este já comentei.
No teu hi5 só tinha lido o início, mas gosto muito dele. É giro :D
Nada é perfeito se tivermos acuidade visual suficiente para distinguir os detalhes, mas, como diria Eriksson: o importante é o balanço entre os ganhos e as perdas.