sábado, 12 de julho de 2008

Amanhece

Parece amanhecer, no meio daquela tarde enublada, pela cinzas que correm com a maresia, sente-se o odor do desconhecido, e só aí nos apercebemos que tudo se desmorona à nossa volta.

Parece amanhecer, quando estamos sós, ao abrigo do infortúnio, à desconfiança da nossa razão, onde nos perdemos e encontramos num razão de segundos.

Parece amanhecer quando me dou a conhecer, quando sorrio levemente, mostrando uma timidez inevitável, no fundo julgando ser a expressão mais aterradora à face da terra.

Parece amanhecer, quando me encontro comigo mesmo, onde descubro as minhas trevas e as deixo libertarem-se, as deixo fugir, dando lugar a um lugar idílica mas extremamente exânime.

Parece amanhecer, que demonstro a loucura de uma mente cansada, quando me exprimo da forma menos usual, quando sou livre para inovar e inventar uma personagem que só me cabe a mim.

Parece amanhecer, porque vejo o sol, ora quente nas minhas costas, ora gélido quando fecho os olhos.

E no rodopiar das sensações mais inusitadas, sinto que ainda estou vivo, aliás este cheiro esquisito que me entra pelas narinas me faz sentir curioso. O que será?

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